FRAGMENTOS DE CRIAÇÕES CONSTANTES

Partículas, nódulos, mimos, entranhas, vísceras, momentos, ideias, insights e infinitos pontos de luz que rondam essa mente criativa conturbada por constantes fragmentos de inspirações.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

FARTO


FARTO DE PESSOAS
FARTO DE FRESCURAS
FARTO DE OCIOSIDADE
FARTO DE FARDOS
FARTO DE CULPAS
FARTO DE TRÂNSITO
FARTO DE PEDIDOS
FARTO DE FAVORES
FARTO DE JEITINHO
FARTO DE DEPOIS EU FAÇO
FARTO DE CORPO MOLE
FARTO DE MEIAS PALAVRAS
FARTO DE ATRASOS
FARTO DE MEDO
FARTO DE DESEJOS
FARTO DE CRIAR SEM EXPRESSAR.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Não Ame! Ame!


Sim, sim, sim!

Todos dizem para amar e ao mesmo tempo te dizem para não amar. É fato.
Amar dói, mas não amar também!

Penso que nunca iria querer amar se soubesse como é. Mas se a opção de nunca ter amado estivesse na minha frente como uma pílula da matrix, eu não optaria.

Sofrer de amor é pesado.

Lhe faltará o ar, o toque, o cheiro, o som, o sorriso, as cores. Lhe faltará tudo quando estás sozinho.

E tudo se preenche novamente quando acompanhado. Te leva a conhecer cores inimagináveis, o cheiro e o toque são únicos, o sorriso é sol que aquece e clareia cada som com novos acordes. Assim como respirar parece desnecessário. Quando parte de sua força vital está ali.

Abraçar alguém que se ama é pouco, quero abraçar com tanta força, tentar fazer de nós um só. Sentir-me completo. Tê-lo dentro de mim ou ficar para sempre dentro dele. Assim não sentirei a dor da distância.

Mas não optaria por não sentir essa dor.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

I'm putting on my top hat...

Amazing. Revendo alguns vídeos, lembrei dessa maravilhosa performance com Hugh Jackman, Beyoncé e grande elenco de musical no Oscar 2009.



Pena que a qualidade nao é das melhores. Afinal, está tudo protegido por Direitos Autorais do Oscar. O que acho uma sacanagem nos privar de rever este belíssimo número.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Janela Indiscreta: Quarta vítima: Engravatado


Hoje ócio criativo de um trabalhador notívago.
Sem meu bom fumo, meu bom Marlboro, de recesso pela gripe A e em medicação constante. Encontro minha vítima numa janela de um grande edifício espelhado, típico do Morumbi.
Branco, engravatado, sentado de costas pra mim, com os pés apoiados na mesa, rodando uma caneta nos dedos, todas as outras janelas da fotografia estavam apagadas.

São 21h45min e facilmente dou à ele a verdade.
Não há relatórios a serem entregues, não há planilhas nem prazos. É apenas um email que ele aguarda. Hoje é dia de happyhour, quinta, já que amanhã é b-day do chefe. Mas foi o engravatado e bem apessoado em questão que levou o bolo hoje.

Encontrou o par perfeito ontem no elevador, trocaram deliciosos olhares e hoje se esbarraram no mesmo ônibus. Para ele essa foi a única vantagem que acompanhou o veto dos fretados: “Esbarrar surpreendentemente com pessoas interessantes no transporte público lotado”. Afinal não é sempre que podemos encoxar ou ser encoxados publicamente sem precisarmos nos desculpar por isso.

Mas o bolo veio da rápida preliminar de hoje cedo no bus. Onde entre encoxadas houve a troca de cartões que lhe rendeu uma caixa de emails cheia. Cheia de assuntos sobre amores, apegos e desamores e desapegos; assim como metáforas sexuais para apimentar o desejo, a curiosidade e o dia sem serem diretamente vulgares.
E o sabor do bolo? Tem gosto de email não recebido que deveria conter coordenadas para o encontro como prometido no email anterior.
Meu engravatado clica desesperadamente sobre a mesma tela do seu Outlook. Será que é o ícone “Atualizar”? Coça o cabelo, gira na cadeira, mexe no sexo e continua ansioso.

São 22:17hs e ele continua persistente ali parado, mas agora ele lê atenciosamente algo em seu monitor. Acredito que lê os emails trocados hoje, cheios de bom papo e ladainhas.

Deve ser algo sobre a falta que faz alguém que saiba o que você gosta, que compartilha de sua intimidade. Que conhece sua sobremesa predileta, as falas dos filmes que você mais gosta, os refrões que você sabe de cor. Alguém que acaricie sua coxa enquanto você dirige. Que entrelace os dedos no seu cabelo enquanto você lê algo, vê TV ou não faz nada. Que te beija aleatoriamente na nuca enquanto você cozinha. Que te surpreende com um banho acompanhado, uma massagem quando você mais precisa ou te prepara um jantar que termine com um bom café na cama.
Emails que instigam qualquer carente de plantão.

Tá bom! Confesso! Preciso de um romance! E não me venham com livros!!!

Vou deixar o lindo engravatado esperando seu email e vou comer algo. Chocolate. Libido, claro. Caso saibam de alguma janela precisando de limpeza, de cuidados, bons tratos, avisem.

- Quinta, trinta de Julho de dois mil e nove.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Janela Indiscreta: Terceira vítima: Casa de Vidro.



Hoje resolvi não dar verdades ao que vejo. E sim, debulhar em tristeza, decepção e indignação por situações em que somos postos a teste. Cubos de vidros intermináveis.
A vida nos prega peças indiscretas demais. Saias muito justas. Onde a indignação pelos problemas mundanos é tão absurda que me deixa absorto.

Me deparo com mãos atadas ao querer ajudar uma família. Minha família. Não a de sangue, mas a que a escolhemos.

Me vi do lado de fora de uma casa de escuro vidro blindado, onde minha família estava presa em seu interior e eu apenas podia os ouvir agonizar em pedidos. No máximo podia bater fortemente contra o grosso vidro, machucando-me cada vez mais sem causar uma única fresta para escape.

A repulsa se deu no por quê desse sofrimento.
A tristeza se deu na dor da decepção em ver-me atado.
A agonia se deu junto as lágrimas que embaçavam os vidros de minha visão, de minha lucidez.
O medo se deu por sentir-me inútil ao ver meus amados sofrerem e o máximo que eu tinha eram meus dedos entrelaçados suplicando firmemente à alguma energia ilusória que nos enviasse uma resolução para quebrar o vidro. Quebrar o feitiço.

Pois cobiça e inveja são feitiços, não pecados. São maldições que cegam humanos fracos.

Confesso que ainda não pedi à ninguém uma marreta, pois posso querer acertar o feiticeiro ao invés do vidro. Mas sei que o fraco feiticeiro tem teto de vidro, e uma hora vai chover granizo. A natureza sempre encarrega-se de fazer seus acertos.
Enquanto isso, fico aqui, gritando ao vidro, tentando me fazer ouvidos, apertando meus dedos contra os botões do teclado tentando sangrá-los exteriorizando essa dor.

-Terça, vinte e oito de Julho de dois mil e nove.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Ritmo

Incentiva a movimentação corporal. Gerando pulsos musculares para a criação dos movimentos ritmados.
Ritmo é a parte do dançar mais individual, mesmo sendo a dança executada em grupo. Pois cada corpo sente o pulso diferente do outro. Os pulsos podem ser cadenciados na batida principal, nos acordes do contratempo e/ou em vários outros elementos inseridos na música.
Isso torna o trabalho de investigação coletiva de movimentos para o dançar um pouco mais ''trabalhosa''. Pois os corpos necessitam estar vivenciando as mesmas experiências e mesmas rotinas de ensaios, entre vários outros pontos para dançarem literalmente juntos. Nas mesmas reverberações musculares.
O ritmo interno é discutível até um certo ponto. Ao passas deste, não podemos pedir mais do intérprete. Pois o sentir, é individual e nem sempre explicável. Não com palavras.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O Dançar

O dançar parte da necessidade que o corpo tem em reverberar o sentimento causado pelo ritmo. Assim como pela letra da música, caso o ritmo esteja vinculado a uma poesia.

Ocorre também o inverso; o dançar cadenciado da necessidade que o corpo tem em demonstrar um sentimento. Assim buscando o ritmo necessário para a melhor performance do que o intérprete quer expressar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Síndrome da Frigideira


Primeiro imaginemos uma frigideira dos anos 60, colorida, de ferro, retrô.
Agora vamos imaginar que ela foi jogada ao léu, guardada dentro do armário de sua vó. Ela é boa, duravel e já tinha uma boa tecnologia de antiaderência.

E esses dias você a achou, ela tem uma cara de moderna por ser retrô, já que o retrô tá em alta. A comida é boa, o omelete é o melhor, afinal panela velha é qeue faz comida boa. Tem essa carga histórica, madura, estilosa, cheia de informação.

Mas aí vem a parte ruim. Como todas as frigideiras, ela não tem tampa.
É. Hoje é difícil ser uma dessas frigideiras.

Síndrome do Sapatinho de Cristal



Hoje a famosa síndrome de Cinderella tem uma companhia agradável. A Síndrome de Sapatinho de Cristal, Camisinha.

Você está em casa, a toa, numa boa, te dá vontade de ''dançar''. Você arranja um desconhecido, talvez bonito, talvez o príncipe daquela noite. Quando menos espera você já está com o Sapatinho de Cristal e dança a noite toda.

No final das contas você larga ela na beirada de alguma escadaria porque reparou que seu príncipe era sapo e sua carruagem, abóbora.

domingo, 3 de maio de 2009

Janela Indiscreta: Segunda Vítima: The Rock Night With You.

Hoje senti a necessidade de escrever sobre a visão de fora da minha vítima. Vendo-me. Idealizando uma nova verdade para mim.
Chego, entro, acendo meu cigarro, ligo minha boa música. Quando me vejo estou rodeado de muita água. Como num grande lago. Com o sol brilhando no céu que se transformou em meu teto. Com os pés submersos pude ter a nítida sensação de “-O que está acontecendo?”.

Madonna não me deixa mentir o estado em que eu me encontrei, e vivenciava. Praticamente olhando de fora a tal cena. Tive um surto, e resolvi puxar toda essa água que me inundava, com um único rodo pequeno e uma boa dose de paciência. Assim começa à tarde. Após brigar muito com todas aquelas ondas que iam se formando ao meu redor, e gladiar com todos os panos de chão e o suor nas têmporas. Pude ver claramente ainda o brilho do sol num novo chão limpo. Bom dia São Paulo.

Toma-se uma ducha, e me vejo completamente limpo. Puro. Foi uma batalha travada, que não pararia aí. Hoje ainda tinha mais compromissos, pois pra nós a noite é sempre a mais produtiva parte do dia. Ao entardecer os afazeres já começam a acontecer.
Visitas, horários, ligações, músicas, livros, textos, idéias.
E pra completar um leve apertão da falta de alguém. Um estalo que não aparecia há muito tempo. Esperava uma ligação acho. Ou uma visita talvez. Mas, nenhum me ocorreu. Só o interfone. Pra avisar do encanador. Engraçado não?
Mas acontece não é? Espero que sim.
Ainda pode me ocorrer uma dose corriqueira de musicais. (Tim Burton é muito bom!).
Agora podemos ver em momento extraordinário, não imaginado por mim mesmo, um desabafo e uma visão da vítima do Marcelo.
Mas acho que ela reluzia tanto que sentia a necessidade de uma espiadinha.

Vou encostar a cortina, acender meu Marlboro e voltar a uma dose extra de Musicais para um bom sono.

Com uma ligação surpresa, acompanhada de um “Eu te Amo” de um super amigo, que lembrou de mim ao ouvir uma música que amo, ao tocar na A Lôca.

-Quinta, dezoito de Abril, de dois mil e oito.

Janela Indiscreta: Primeira noite. Primeira vítima.

Na primeira olhada ao outro lado da rua, vejo uma grande vítima, siamesas. Abertas, com as luzes acesas, como foi fácil ver no seu interior um rapaz bem apetitoso. Passando de um cômodo pro outro, inquieto, acende um cigarro. Faço o mesmo. Ele mexe num monitor de computador que está virado pra mim, abre um sorriso, continua a fumar, indaga algo sozinho, fala, gesticula, brinca, apaga o cigarro, logo ele some. Ao retornar, ele me aparece vestido em pós-banho. Na vítima da direita ele se olha no espelho, e veste uma camiseta azul claro, é só o que consigo ver, imagino que esteja de jeans. Ele volta pro cômodo da vítima da esquerda, mexe no computador, e o desliga. Fecha o vidro da vítima com um sorriso no rosto, ainda parado nela ele ajeita o cabelo, aparentemente pelo reflexo. Apaga a luz, e volta para a vítima que restou.

A Rua Augusta é sempre muito movimentada, trinta e duas horas por dia, como o seu banco. Nisso ouve-se sirenes, conversas, buzinas. Já passam das nove da noite, o asfalto molhado reflete as luzes dos bares, dos carros, das pessoas, e me mostra as vezes o que as pessoas realmente estão afim naquele momento.
Como uma moça que me passou rápidamente atravessando a rua e entrando numa porta entre alguns estabelecimentos, achei curioso, mas quando vejo outra vítima acima se acendendo, enxergo que tudo foi um sub-texto da moça pensando em que ela perdeu o começo da novela.

Logo me reaparece o rapaz das vítimas siamesas, na calçada do prédio, esperando algo. Acertei no jeans. Me pergunto o que será que foi combinado pela internet. Ali na calçada dele? Ou ele vai pegar um táxi? Amigos? Família? Estômago vazio? Ou apenas saciar um dos seus prazeres? Exibir a algum indivíduo suas vontades? Compartilha-las? Ou saciar as do outro? Bom, não sei ao certo, vou acender mais um cigarro, e deixar a lei de Murphy agir sozinha. Temos oito minutos conforme a regra para que seja um ônibus, bom vou dar ao rapaz uns dez. Já que sempre conversaremos sob a Lei de Murphy, a chamarei mais intimamente: Lady Murphy.
Antes de dar meu terceiro trago, eis que encosta um carro, preto com vidros claros, abertos, ao entrar, avisto que é um outro rapaz que está no volante, com a luz acesa dentro do veículo ainda vejo que se cumprimentam, um beijo quente acontece enquanto as luzes se apagam no veículo. Logo eles saem, entendo que é um casal. Mas será um -casal de longa data? Ou um casal que aconteceu ali no computador? Um “fast-casal”?

Aqui em São Paulo, temos tudo delivery, tudo a pronta entrega, tudo online, tudo expresso. Felizmente ou infelizmente, até uma boa dose de prazer você consegue sem ter de pagar nada por isso, apenas achando um parceiro que preencha seu perfil. E em São Paulo, isso é fácil, pois a diversidade de idéias, ideais, sensos e vontades é muito grande. Sempre tendo a solução para o que você precisa, na hora em que você precisa. Algumas coisas se banalizam assim, se perdem assim. Ou não! Tem gente que acha exatamente o que precisa e se dá bem. Achando o “ideal match” para aquele momento.

Como eu necessitava ocupar minha cabeça, estou ouvindo minha boa Madonna, com meu bom cigarro, saciando meu desejo de escrever algo, e eu só precisei olhar pela janela e encontrar o que precisava. Assim. Expresso. Quase delivery.

- Quinta, dez de Abril, de dois mil e oito.

JANELA INDISCRETA



São Paulo.
Uma cidade cheia de tudo. Cheia de todos. E todos cheios. Fartos.

Horários, horas, reuniões, momentos, medos, noites, dias, prazeres, pudores, intimidades, individualidades, luzes, sombras, desejos, gulas, pecados, sonhos e desistências.

Pessoas sempre desistem, mudam, entram e saem de São Paulo como quem paga uma estadia.

“ –Um quarto por favor!?”
“ –Pra quanto tempo!?”
“ –Dois anos!”


Parece engraçado, mas nem sempre é assim. Porém assim é São Paulo.
Hoje e dentre alguns momentos de outros dias, acenderei um incenso, meu Marlboro, depois do meu bom fumo, e lhe confessarei sobre algumas janelas que tenho acesso pela vista da minha. O que eu chamarei de Janela Indiscreta. Por onde eu verei todo o caos dentre as pessoas que vivem aqui. Nesse formigueiro de pensamentos transeuntes. De manias de tráfegos. De necessidade de tráfico. Olharei sempre da minha janela, as outras abertas, noturnas ou diurnas. O que me interessa, e me aguça a curiosidade é o que você faz quando ninguém te vê fazendo. Como não posso te ouvir do outro lado do vidro, imagino.

Dando à você, a minha verdade, baseada em teus atos.